sábado, 10 de maio de 2008

Do Ventre Teu, Meu Cerne E Sangue




Do Ventre Teu, Meu Cerne E Sangue
Milamarian


Quisera nas palavras poder exteriorizar
a verdadeira adoração que por ti eu tenho,
contudo, ante teu esplendor eu me atenho
nas mudas palavras por tanto te amar.


Videira em flor que me emancipara em dor
o teu púrpura orvalha ainda o amarelo ipê
quando deitaste tua alva cor naquele vergê
onde a vida fora concebida por dois em amor.


Bendito é teu ventre, quando o lis pende
sem exaurir o regato onde corre tua seiva
e prostrado em gratidão, te louva e rende,


alma e cerne, pois que só tu podes saber
que o encarnado que arde e me serpenteia
é da fonte onde à beira me prostro até morrer.


Em 10 de maio de 2008.