Milamarian
Diz no silêncio que emana
sentir à sombra do passado
inerte ao passar de um ano
recostado na quadra espartana.
No estio da triste madrugada
recorda o sol que o ventre banha
no mar daquela praia, ora estranha
e vai a calmaria à punhalada.
Sabe lá se nada ou tudo engana
se encerra o tempo que sonhava
repetindo versos na mesma sanha
ou deitar no azul daquele oceano
onde a água em duas ondas bravas
lava a alma, encarcera o engano.
Em 18 de maio de 2008.